07/09/2011

Nesse dia, o Benfica desbravava terreno para ser praticamente campeão - Por Dylan

Chegou até mim através do email: rederx@live.com, esta magnifica história (cheia de adrenalina e perigos)!

"O dia 28 de Abril de 1991 revelou-se fulcral para a caminhada do 29º título do SL Benfica. Uma vitória nas Antas com dois golos de César Brito foi o grito de revolta para com tudo aquilo que antecedeu o jogo – atletas a equiparem-se nos corredores devido a um cheiro nauseabundo nos balneários da equipa visitante, a insustentável pressão sobre a arbitragem culminando na chapada a Carlos Valente, e o ameaçador guarda Abel. A faixa, “ides sofrer como cães”, colocada no Estádio, era um aperitivo para aquilo que se iria passar no túnel, num dos momentos mais negros do futebol português!

Nesse dia, a 10 km da cidade do Porto onde morava, e como fazia noutras ocasiões, dirigi-me com um amigo benfiquista a uma espécie de salão de jogos que não era mais de que um barracão com máquinas de jogos antigos, matraquilhos, setas, à mistura com a venda de tabaco e cerveja. [ Ai se a ASAE já existisse…] Com uma moeda de 50 escudos – e sabe Deus as dificuldades para arranjar o dinheiro -, ficávamos uma eternidade a jogar numa máquina o antiquíssimo “Cabal”. Como adolescente que éramos, vibrávamos com esse jogo de guerra entre tropas inimigas e tanques, soltando assim o Rambo que havia em nós! O dono da espelunca tinha o rádio ligado quando chegámos lá. Acompanhava o relato do FC Porto X SL Benfica e soubemos que era portista consoante as “caralhadas” e as ofensas que proferia alto e a bom som contra os futebolistas encarnados, atiçando os frequentadores daquele antro, esmagadoramente da sua cor clubística. A animosidade para com o Benfica aumentava de tom à medida que o jogo caminhava para o fim. Apesar de sabermos que um empate era bom para o Benfica, começamos a ferver por dentro com aquele ambiente hostil. No entanto, o “Cabal” era o nosso nirvana, pois raramente alguém conseguia passar todos os níveis do jogo e “vencer a máquina”. Resmas de tipos fedorentos acotovelavam-se à nossa volta para apreciar a espectacular performance – estávamos mesmo a chegar ao fim -, até que, César Brito marca o primeiro nas Antas. Entre o silêncio azedo, surge o nosso grito espontâneo e ensurdecedor: GOOOOOLO! Abandonámos de imediato o jogo para virmos comemorar para fora do salão. O “Cabal” deixou de ter interesse. Ainda bem; a frustração do dono do tasco e da sua trupe era tanta que começaram a voar garrafas, bolas de matraquilhos e muitos impropérios na nossa direcção. Respondemos com “chupem” , “mamem”, e uma boa corrida até nossa casa. O nosso Benfica, de Eriksson, do Ricardo Gomes, do Valdo, do Magnusson, do Rui Águas, desbravara terreno para ser praticamente campeão." Dylan

http://dylans.blogs.sapo.pt/

3 comentários:

  1. Dylan obrigado pelo teu contributo. Se pretenderes que faça alguma alteração é só avisares!

    Como não referis-te um título eu escolhi por ti. Espero que tenha acertado, senão também se altera.

    Nessa altura ainda não ligava a futebol, apenas tinha 5 anos!!

    Mas sempre ouvi falar desse grande dia!! Um chuto no Sistema!

    A força do Benfica!

    Abraço
    Rederx

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  2. Grande Dylan!
    Eu estive no antro da corrupção nesse dia de glória para o Benfica numa das raras vezes que lá fui.
    Apesar de todo esse clima de guerra, ainda se podia lá ir porque fora do estádio não havia tanta perseguição como agora.

    Abraço.

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  3. Para quem é mais jovem, aqui vao uns links do que se passou neste dia no estadio:

    http://www.youtube.com/watch?v=5imKxNvZxAg

    o resumo do jogo:
    http://www.youtube.com/watch?v=XzdM1BjV6So&feature=related

    Dizia um jornalista chamado marinho Neves num livro chamado "Golpe de estadio" que Reinaldo teles comprara o arbitro chamado Carlos Valente... um livro a ler certamente...

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